O milho cultivado em condições climáticas de alta umidade corre o risco de contaminação por “carvão do milho”. No entanto, ainda é possível o aproveitamento da cultura para silagem a partir de áreas afetadas.
Dano do “carvão do milho”
Os produtores podem observar redução na produtividade devido à doença. O “carvão do milho” é causado pelo crescimento do fungo Ustilago maydis, que se desenvolve em condições de alta umidade, baixa polinização ou danos causados nas espigas por insetos ou equipamentos.
Depois que a planta é infectada, as células dos fungos se dividem rapidamente e se expandem. Isso leva a grandes galhas cinzas que contêm esporos pretos, geralmente na ponta da espiga de milho; que diminuem o rendimento de grãos de 9% a 40%.1
Desafios da silagem
A doença pode restringir a velocidade e extensão da fermentação, bem como criar condições para aumentar ainda mais o crescimento de fungos e a produção de micotoxinas na silagem.
O uso de um inoculante específico pode ajudar a enfrentar os desafios durante os períodos de fermentação e pós abertura dos silos. Os produtores devem escolher um inoculante comprovadamente pesquisado para ajudar a conduzir uma fermentação inicial rápida e eficiente e inibir o crescimento de microrganismos prejudicais à deterioração aeróbia durante a alimentação.
Cepas e enzimas específicas de bactérias podem ajudar a enfrentar estes desafios. A bactéria lática Pediococcus acidilactici CNCM I-4622 pode ajudar a promover uma fermentação rápida e eficiente. Para enfrentar os desafios durante o pós-abertura, um inoculante contendo alta dose de Lactobacillus buchneri NCIMB 40788 pode ajudar a melhorar a estabilidade aeróbia da silagem.
Efeitos no fornecimento da silagem
O fungo Ustilago maydis não produz toxinas e estudos em ovelhas demonstraram que não afetou o consum.2
Quando ingerido, o Ustilado maydis pode afetar a eficiência da alimentação. A digestibilidade dos alimentos também pode ser reduzida quando os níveis de infestação atingem 50% ou mais.3 Os dados de pesquisa mostram que os nutrientes digestíveis totais (NDT), energia líquida para manutenção (ELM) e energia líquida para ganho (ELG) de silagem de milho, diminuiram aproximadamente 0,5%, 0,02 mcal/g e 0,02 mcal/g, respectivamente, para cada aumento de 10% nas plantas infestadas pelo fungo.2
É provável que a qualidade da silagem proveniente de um milho contaminado seja mais variável do que de uma lavoura sadia. Os produtores devem ter amostras de silagem analisadas regularmente – pelo menos uma vez por mês – para que ajustes na dieta possam ser feitos conforme necessário.
1 Ullstrup AJ. Diseases of Corn. In: Corn and Corn Improvement. Sprague GF, ed. Madison, WI: American Society of Agronomy; 1977: 462.
2 Cole NA, Rush CM, Green LW. Influence of corn smut on the palatability and digestibility of corn silage. Prof. Anim. Sci. 2001;17:287-294.
3 Rankin M. Smut in the corn field. University of Wisconsin Extension. Published Oct. 14, 2012. https://fyi.uwex.edu/aroundthecorn/smut/. Accessed Sept. 23, 2016.