As perdas totais de MS, durante o armazenamento e abertura do silo, podem chegar a valores muito expressivos que em alguns casos extremos atingem até 30% a 40% da massa ensilada.

Infelizmente, não existe uma solução única para evitar a perda causada pelo contato com o oxigênio. As práticas de gerenciamento que reduzem a exposição ao ar são as melhores soluções para reduzir a deterioração aeróbia, assim como:

  1. enchimento rápido do silo (1-3 dias)
  2. compactação adequada (40% do peso em trator por quantidade recebida/hora no silo)
  3. cobertura e vedação rápidas (lona de qualidade e uso de barreira ao oxigênio)
  4. taxa de retirada adequada (30 a 40 cm/dia)
  5. fornecer a silagem logo após a sua remoção, especialmente em dias mais quentes
  6. usar inoculantes específicos comprovados por pesquisas científicas independentes

As práticas de manejo geralmente não eliminam leveduras, mas reduzem as taxas de crescimento.

Causas de instabilidade

A instabilidade aeróbia é geralmente devida ao rápido crescimento de leveduras durante um curto período de tempo. Mesmo em condições ótimas com maturidade, teor de umidade e tamanho médio de partículas ideiais, o problema pode ocorrer.

A deterioração aeróbia pode ocorrer logo após a colheita, enquanto ainda há oxigênio presente na massa ensilada. As leveduras podem se multiplicar durante os primeiros dias após a colheita, antes mesmo de todo o oxigênio residual ser consumido. Por outro lado, a massa pode fermentar bem e atingir um pH baixo, porém propensa a instabilidade aeróbia após a abertura do silo.

Os riscos de deterioração aeróbia podem aumentar quando:

  • as lavouras são danificadas por granizo, insetos ou geadas
  • ocorrência de estresse hídrico
  • as plantas são colhidas com teor de MS elevado
  • as culturas são ensiladas com alta população de leveduras (maior que 1.000.000 unidades formadoras de colônia (UFC) por grama de forragem fresca)

As silagens de milho, de cereais e de grãos podem ter altas populações de leveduras epifíticas, pelo fato de se desenvolverem melhor em alimentos que contêm amido e açúcares solúveis. A instabilidade aeróbia na silagem também pode permitir o crescimento de fungos filamentosos e outros microrganismos oportunistas.

Controle da deterioração aeróbia

Depois que a deterioração aeróbia se inicia, os ácidos orgânicos – ácidos acético, propiônico e benzóico – podem ser aplicados para controlar o aquecimento da massa. Para serem eficazes, as doses devem ser de 6 a 8 litros por tonelada de silagem considerando os produtos mais comuns encontrados no mercado.

Taxas mais baixas não proporcionam preservação total e o material ainda depende de uma fermentação microbiana. Nessas situações, um inoculante a base de Lactobacillus buchneri (mínimo 100.000 UFC/g de forragem ensilada) é recomendado para garantir produção de ácido acético e preservar a silagem da deterioração aeróbia durante seu uso.

Não forneça silagem deteriorada

Não alimente os animais com silagem deteriorada. Resultados de pesquisa demonstraram que a inclusão de silagem deteriorada em uma dieta diminui a ingestão, a digestibilidade e o desempenho animal. Não comprometa a qualidade da dieta balanceada com silagem deteriorada.